segunda-feira, 13 de junho de 2011

Situações raras


Os buldogues brasileiros por terem na sua formação a influência de diversas outras raças podem apresentar alguma particularidade na pelagem. O dourado por exemplo, pode ter uma diferença de tonalidade que pode classificar os cães em até seis cores diferentes se comparados a outras raças em que ocorrem menos variação (amarelo, castanho, creme, dourado, fulvo, vermelho). Em muitas raças as cores e nomes se confundem e em outros o mesmo tom de dourado recebe nomes distintos.
Uma cor bastante comum nos buldogues brasileiros, o baio, é conhecido como creme, no caso do Labrador e do Buldogue Francês. É causado pelo fator marfim, que provoca um clareamento na feumelanina do pelo.
Existem casos ainda em que alguns gens inibem a manifestação de certas diluições ou marcações.

Exemplos
Um cão geneticamente tigrado não apresenta as estrias escuras no fenótipo – situação mais comum no Buldogue Francês (não confundir com os tigrados reversos, onde a cor das estrias e do fundo tem o mesmo tom – preto, chocolate e azul)
Um cão geneticamente preto e fogo tem a eumelanina inibida, e seu fenótipo é dourado.
Um cão geneticamente azul tem a diluição inibida, e, por ausência de feomelanina (vermelho), apresenta a pelagem preta no seu fenótipo.
Um cão geneticamente red (fígado), não apresenta diluição da eumelanina. O cão apresenta pelo nas cores café/pinhão, etc

EXTENSÃO – gen “E”

Exemplo do vermelho verdadeiro expressado pela presença em homozigose do gen de extensão


O gen de extensão é o responsável pela produção do vermelho verdadeiro (australian red, golden red).

Controla a extensão de dois pigmentos no folículo do pelo. ‘E’ é dominante e permite a extensão da eumelanina no pelo, sendo assim o cão é marrom ou preto. ‘e’ é a forma recessiva do gen e permite a extensão da feomelanina e previne a extensão da eumelanina, ou seja, não há presença de eumelanina no pigmento e o cão é vermelho verdadeiro. O vermelho é uma cor produzida a partir de um gen recessivo e assim o mesmo principio de homozigose é aplicado, ou seja, o cão deve ser homozigoto e receber um gen de cada um dos pais para apresentar a cor.

Então:
Vermelho verdadeiro - ee - homozigoto vermelho

Portador de vermelho – Ee  - heterozigoto não vermelho

Não portador de vermelho – EE - homozigoto não vermelho

O que é interessante sobre este gen, é que ele irá mascarar a cor verdadeira do cão. Você poderá ter cães pretos, marrons, azuis e lilases que irão aparentar ser vermelhos pela falta de eumelanina no folículo do pêlo causada pelo gen de extensão. Isto só afeta os folículos do pelo e nenhuma outra pigmentação, então o nariz do cão e suas pálpebras irão revelar a cor escondida.
Tanto os genes tricolores quanto os merles não poderão se expressar na presença deste gen na forma homozigótica, portanto, fazer um cruzamento merle x amarelo (a não ser que você conheça muito bem e a fundo as linhagens) é loucura. Caso o merle carregue o gen amarelo, você provavelmente produzirá merles fantasmas (homozigotos duplo merle), pois na verdade é possível que filhotes vermelhos nascidos de um dos pais merle sejam na verdade merles e você simplesmente não possa ver. O risco está nestes filhotes serem, inadvertidamente, cruzados com cães merles, sendo assim um cruzamento merle x merle, e como já sabemos, poderá resultar no nascimento de filhotes com vários problemas. Os criadores responsáveis jamais cruzariam um cão vermelho verdadeiro com um merle.

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AGOUTI – “A”


Exemplo de ayat – dominância incompleta variável
 Este gen é responsável pela produção do dourado. Em 
algumas raças em que o tricolor está bem presente, essas variações são chamadas de blakc and tan, selados, tricolores. Existem múltiplos alelos neste gen que ainda não são totalmente compreendidos, mas irei me concentrar nos que dizem respeito aos buldogues brasileiros.

ay – dourado – mais dominante em relação aos demais

at – marcação tan (cães tricolores não podem carregar o dourado dominante)

Como já sabemos, cada individuo recebe duas cópias de cada gen, mas este não é tão importante quanto outros que já citamos aqui. Estes exibem dominância incompleta variável. 

Geneticamente puro para dourado (ay-ay) é normalmente um dourado claro, enquanto heterozigoto (ay-at) possui um pouco de coloração mais escura na pelagem (dourado sombreado). Esta é a dominância incompleta , onde uma cópia do gen recessivo, produz algum efeito.

A suposição feita por criadores de que as diferenças nos graus de sombreamento nos cães dourados (tricolor, capa preta, selados) são determinadas pelo fato de serem homozigotos ou heterozigotos para ‘ay’, é agora sabido não ser tão precisa; Acredita-se que algumas destas muitas variações são causadas por outro gen (ainda não identificado). 
O gen agouti é complexo e também é responsável por uma boa quantidade de outros padrões nos cães , como: padrão dourado, lobeiro e selado.

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Lobeiro ou chinchila

Exemplo de lobeiro
Cada pelo possui mais de uma cor/tom . Normalmente preto na base e vai clareando(terminando com um marrom claro na ponta). São relativamente raros na raça, e mais uma vez, o gen merle e o tricolor não podem se expressar completamente. Então, como nos amarelos, não é uma boa escolha acasalar um cão lobeiro com um merle, pois você pode produzir merles fantasmas.

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Ulia

Definido por um gen que dá ao cão uma diluição extrema do dourado, mas semelhante à marcação tan onde o manto fica dourado esmaecido e a marcação creme quase branca. Comum em raças japonesas, Akita e Shiba, onde esse padrão é chamado de urajiro.
Não deve ser usado merles, pois este ficaria mascarado


Exemplo de Ulia

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